[Resenha] Alice no País das Armadilhas - Mainak Dhar

 

Título: Alice no País das Armadilhas

Série: Alice no País das Armadilhas #1

Autor(a): Mainak Dhar

Páginas: 256

Editora: Única

 Skoob

 

O planeta Terra foi devastado por um ataque nuclear, e boa parte de sua população se transformou em Mordedores, mortos-vivos que se alimentam de sangue e, com sua mordida, fazem dos humanos seres como eles.
Alice é uma jovem humana de 15 anos que mora no País das Armadilhas, nos arredores da cidade que um dia foi Nova Déli, na Índia. Ela nasceu nessa nova realidade aterrorizante e teve de aprender a se defender sozinha desde cedo.
As coisas mudam quando Alice decide seguir um Mordedor por um buraco no chão: ela descobre a estarrecedora verdade por trás da origem das criaturas e se dá conta da profecia que ela mesma está destinada a consumar — uma profecia que se baseia nos restos chamuscados do último livro encontrado no País das Armadilhas, uma obra chamada Alice no País das Maravilhas .

 

Alice cresceu nasceu um pouco antes da Insurreição ocorrer no mundo, destruindo muito do que a humanidade conhecia. Agora em um mundo devastado, no qual os sobreviventes precisam lutar contra os Mordedores, o dia a dia da garota e sua comunidade, conhecida como O País das Armadilhas, é marcado por treinamentos contra os zumbis que ameaçam seu assentamento e os humanos que querem recrutar os jovens para o exército da Guarda Vermelha em troca de “proteção”.

“O homem provara ser o mais ciumento dos amantes, preferindo destruir a Terra, em lugar de abrir mão dela”.

Alice cresce acreditando no que os líderes da Guarda, composta por membros da elite política, comunicam aos assentamentos sobreviventes, contudo, em um belo dia de sol, depois de seguir um Mordedor vestido com orelhas de coelho até um buraco no chão, a garota percebe que as coisas não são bem como ela acreditava, tanto no que diz respeito ao exército humano quanto aos ameaçadores zumbis.

Foto publicada originalmente em @lilinomundodoslivros

 

 

O livro é uma releitura da famosa história, que mistura elementos fantasiosos, pós-apocalípticos, desenvolvidos em um contexto indiano e eu gostei dessa mistura toda. Porém, achei que o autor exagerou na protagonista, já que a Alice, com apenas 15 anos, é quase um Rambo, lutando, explodindo coisas e atirando a torto e a direito. Isso deixou a narrativa forçada em alguns momentos, e me senti assistindo a um daqueles filmes americanos (detalhe que o escritor é indiano) em que o mundo está desabando, mas a personagem principal sai ilesa e triunfante de cenas absurdas e improváveis.

“Enquanto o Orelhudo se aproximava, Alice segurou o cabo do punhal com firmeza, preparando-se. Antes morta do que morta-viva”.

A escrita é simples e até mesmo rasa, contudo, achei a ideia do livro muito boa, pois o autor coloca personagens como o Coelho, o Chapeleiro, a Alice em novas roupagens, os apresenta sob novas perspectivas, sem descaracterizá-los inteiramente. As críticas a ambição humana e a disputa pelo poder também são bem interessantes e enriqueceram a leitura. Esses foram os elementos que mais me chamaram a atenção no livro e que fizeram a leitura valer a pena. 

 

Beijos da Lili  💋