[Resenha] - Silo de Hugh Howey

Título: Silo
Autor(a): Hugh Howey
Páginas: 512
Editora: Intrínseca

O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade?Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.

Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras.

Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo.

Um crime cuja punição é simples e mortal.

Elas são levadas para o lado de fora.

Juliette é uma dessas pessoas.

E talvez seja a última.

O Silo conta a história de Juliette, uma jovem independente que trabalha no setor da Mecânica do silo subterrâneo. Após o xerife do lugar ser condenado a uma punição simples e mortal, ser enviado para fazer a limpeza ou seja para o lado de fora, Jules, como gosta de ser chamada, é convidada pela prefeita do silo a ocupar o cargo.

Depois de muita relutância, esta aceita ser a nova xerife. Função que já começa repleta de desafios, como o assassinato da prefeita, o suicídio do delegado e incessante busca para descobrir o que levou o antigo xerife a ser condenado à limpeza. 

Juliette descobre mais do que deve, descobre que os regulamentos restritos do Pacto de Lei, que dita o comportamento de todos os habitantes do silo, e a atitude dos técnicos que preservam estes regulamentos estão cercado por segredos e mentiras.

Pensar, tudo bem; os pensamentos são enterrados junto com quem pensou. Mas nada de se reunir, nada de grupos coordenados, nada de trocar ideias.

Expressar qualquer desejo de sair é a maior de todas as transgressões, o exterior é um tabu, que não deve nem ser mencionado, muito menos pesquisado. Jules é vista como uma ameaça e é mandada para o lado de fora. 

Com a paisagem destruída e hostil, a única coisa que ela espera encontrar é a morte. Contudo, Jules descobre que seu silo não está sozinho naquele mundo devastado, como lhe haviam ensinado. O ar realmente é mortal, porém o silo que conhece não é o único local habitável aos seres humanos. Juliete descobre, então, o que os "protetores" do Pacto escondem.

Como consequência de sua expulsão e sua sobrevivência seus companheiros e amigos se juntam em um levante contra o comando. Uma guerra pela busca da verdade começa. O mundo do silo é muito maior do que eles imaginavam.

Eles não nos deram uma chance. Os silos não são isso. São prisões. Jaulas, não casas.

O livro é narrado de três pontos de vista principais. O primeiro é o de Juliete, o segundo é o dos seus companheiros e colegas da Mecânica, e por fim, do comando ou do líder do Silo. Em um primeiro momento, achei o livro cansativo, justamente por ir e vir nos vários pontos de vista. Mas depois de um tempo vejo que na verdade ele tem uma riqueza de personagens, detalhes e ações impressionantes, riqueza que não estamos acostumados a ver em muitos livros ultimamente.

A história me prendeu do início ao fim, é muito bem escrita. O autor vai desvendando aos poucos os segredos e as mentiras, revelando verdades que estamos loucos para descobrir. Para quem gosta de uma história distópica ou com elementos apocalípticos, assim como eu, acredito que vai gostar muito da leitura.

Mentiras podem ser fatais; a verdade também.